sexta-feira, 19 de novembro de 2010
Pinturas
Fiz umas reproduções de algumas pinturas famosas. A ideia era fazer pequenas alterações e publicar numa agenda pra um cliente da agência na qual trabalho. Trabalheira... e acabou não saindo. Valeu pela prática, mas claro, se eu pudesse escolher, NÃO TERIA FEITO.
quarta-feira, 17 de novembro de 2010
Envelheço na cidade...
Quando eu era criança, vivia com as pernas, os braços e as dobras do corpo cobertas de feridas. Piorava tudo o fato de eu não resistir à vontade de tirar as casquinhas. Depois eu botava pedacinhos de papel no lugar delas. Aquilo grudava e só saía quando se formavam novas casquinhas, que eu é claro, novamente tirava. Infância pobre, os médicos do INAMPS (vejam só) recomendavam sempre a mesma pomadinha que não adiantava nada. Foi mais ou menos assim até os meus 14, 15 anos de idade, quando comecei a trabalhar. Um colega (Leandro, meu amigão até hoje) me disse: por que tu não procura um dermatologista? O que é isso, Leandro? É um médico que cuida da pele. E aí eu fui. A médica sentenciou: tu é um atópico, rapaz, vai ser alérgico assim a vida inteira. Tudo o que tu pode fazer é usar medicamentos pra controlar o prurido (a coceira). E desde então eu uso uma pomadinha à base de corticóides, lavo eu mesmo – à mão e sem Omo ou amaciante – minha roupa, tomo banho com sabonete de glicerina (agora tenho usado um Dove branco, que é bem bom) e não posso ter contato direto com lã ou tecidos diferentes do algodão. Além das perebas, tenho asma e rinite. Durante alguns períodos, uso bombinha direto. Quando estou maus de rinite, tudo é uma merda: pó, ar-condicionado (razão de eternas brigas com meus colegas de trabalho) e, claro, O MALDITO CIGARRO. Tenho vários amigos fumantes, e gosto deles, mas quando estou “rinitento” e alguém fuma perto de mim, gostaria de ter uma metralhadora e gastar toda a munição testando a pontaria nesta pessoa.
Bem, minhas pernas e braços já não têm mais feridas. Se elas ameaçam aparecer, eu saco minha “Betnovate Creme” e resolvo o problema. Em partes. As perebas agora se concentram no rosto. Não adianta eu usar a pomadinha. É um dia de rosto limpo pra uma semana de escamação, coceira, vermelhidão, ressecamento... Não sei mais o que fazer. Vou à minha médica (a mesma dos 14 anos) e faço o tratamento que ela me recomenda. Beleza, tudo melhora. Acaba o tratamento, as perebas voltam. Passo o tempo todo me coçando. Meu rosto é um estrago só. Minhas roupas escuras ficam cobertas de partículas brancas, uma espécie de “caspa do rosto”. Fico triste com isso, claro. Gostaria de ser uma pessoa normal. Mas é talvez como os próprios médicos me disseram uma vez: todo mundo tem um problema, um ponto onde se manifesta fisicamente o que não vai bem no psicológico. Uns têm dores de cabeça, outros têm úlcera ou gastrite, outros, problemas nervosos, etc, etc. Eu, pelo jeito, serei um eterno perebento. E é por isso que nunca vou me sentir completamente à vontade ao lado de uma mulher que tenha uma pele bonita. Dizem estudos que a pele é uma das coisas que as pessoas mais valorizam (consciente ou inconscientemente) no parceiro. Eu não sou diferente, é claro. Acho que, depois das pernas, a pele feminina é o atributo que eu mais admiro. Mas eu não mereço, sei que não mereço. O feio quer o belo...
E hoje o esquisito aqui ta fazendo 39 anos. Praticamente quatro décadas de coça-coça. DEUS, JÁ NÃO É O SUFICIENTE?!?!?!?! Ah, claro... eu não acredito em Deus. Caralho, vou reclamar com quem agora? Não sei. Não sei de nada. To esperando a vida melhorar assim, do nada, como um acontecimento que parece mágica por falta de explicação melhor. Tem um monte de coisas pegando e eu já nem me preocupo em pensar a respeito. Eu diria que sou um cara zen. Este texto, por exemplo, que só fica dizendo “eu isso”, “eu aquilo”, não deve ser levado a sério. Quanto mais penso, mais percebo como é ridículo, ingênuo, sentir orgulho, ódio, medo, desejo... Quase chego lá... mas bom, não fico pensando muito. O mundo me atrai de volta e eu começo a viver como todas as pessoas. Faço meus planinhos e tal. Mas quanto ao orgulho, especificamente, acho que vou bem. Bem no sentido de que possuo muito pouco. E como não penso em senti-lo mais do que isso, não faço planos de projeção pessoal. Artística e/ou profissional. Já fiz, é claro, mas passou. Já ouvi – não poucas vezes – que eu sou “muito bom”, que eu sou um “baita artista”, que é incompreensível que eu não esteja muito melhor financeiramente, etc, etc. Buenas, eu gostaria – e bastante – de estar melhor financeiramente. Mas não rolou. E não rolou, talvez, por que não estou disposto a trabalhar mais do que já trabalho. Então é assim: tenho idéias que julgo boas, que aliadas a uma disciplina mais rígida e a uma certa abnegação me trariam bons resultados. Sei disso. Mas não quero pagar este preço. As coisas me cansam. Projetos que requerem horas fiéis em frente a uma prancheta ou computador não me atraem, por mais que os resultados prometam. Eu prefiro ler. Prefiro sair pra beber. Prefiro tocar violão (há 20 anos as mesmas músicas), prefiro fazer exercícios físicos, prefiro me masturbar ou fazer sexo (ah, é tão bom quando acontece), prefiro limpar a casa (nossa!) a tocar um projeto que envolva desenho ou texto. Por que vou querer desenhar se é muito melhor ver o que a gurizada anda desenhando? Por que vou querer escrever se é muito mais prazeroso ler o que os outros estão escrevendo? Admiro esta gente que faz tudo o que estou me negando a fazer, mas ao mesmo tempo não consigo deixar de pensar: eles são meio estúpidos fazendo isso. Por que essa faina? Só pra ter o nome em evidência? Não, não é só isso. Tem gente que tem necessidade de falar, de mostrar o que está acontecendo consigo mesmo, como está vendo o mundo. Isso é a arte. E pra essas pessoas não é algo tão cansativo e estúpido ficar horas na frente de um pc ou de uma folha de A2. Mas eu vou morrer achando que seria muito melhor não fazer. Sim, sim... se todos pensassem deste modo não teríamos nem Shakespeare nem Mozart, eu sei. Na verdade acho que a minha bronca contra o labor humano é, mais que tudo, uma bronca existencial. E é tão presente na minha vida este negócio que vou parar de escrever agora (até o próximo post, claro – estes não me cansam tanto).
P.S. não precisam me dar presentes, mas alguém sabe o telefone da Paola Oliveira?
sexta-feira, 12 de novembro de 2010
Telminho atacando nos vetores
Trenzinhos que desenhei no Corel, o programa que já está na 15ª versão e continua dando pau e continua enlouquecendo arte-finalistas que, volta e meia, perdem tudo o que fizeram.