segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Wonder Woman

Ah, as tardes da minha infância vendo a Linda Carter girar com os braços abertos e se transformar na Mulher Maravilha. Vendo também o doutor David Banner (o personagem dos quadrinhos na verdade se chamava Bruce) se irritando e rasgando as roupas e ficando verde. Lou Ferrigno com aquele cabelo que mais parecia um rato morto na cabeça. No final do episódio sempre aquela musiquinha triste quando o Dr. Banner pedia carona na beira da estrada. E o Homem de 6 Milhões de Dólares? Por que 6, pô? Por que não 5, ou 10? E o Tarzan do Johnny Weissmuller nas sessões da tarde (que na época se chamava Sessão das Duas)? Eita... bons tempos, quando eu era mais ingênuo, existia menos pirotecnia e as coisas tinham mais graça.
Sim, estou ficando velho.
P.S. o desenho bonito aí de cima é de um tal de Kerong.

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

O passado que condena

Tenho que parar de brigar com a minha filha por causa das coisas que ela ouve. Olha lá a Adriana, olha lá os Stones! Mas claro, pra isso acontecer estes carinhas do meio vão ter que aprender a fazer música. Muitas bandas se "reformulam" e viram coisas decentes (vocês já ouviram a história do Pantera?).
Ok, Melissa... se eles derem um "restart" na música e no visual (aqueles cabelos são mullet?) eu paro de brigar. Mas na boa, filha, acho que isso não vai acontecer. Mais fácil é tu passar adiante.

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

...

Este é meu. Quem não rir perde o amigo.

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Re, re, re...

O Fernando Gonsales é foda.

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Crase

Eu achava que sabia usar corretamente a crase. O texto que reproduzi logo abaixo me mostrou que estava bem enganado. Nele descobri, por exemplo, que a crase não é o que supomos. O acento se chama "grave". Crase é (entre outros casos) a contração de duas vogais que o acento grave sinaliza.
Gosto de escrever corretamente e sempre me policio quando publico algo no blog (leio e releio os textos, por mais longos que sejam). Ao contrário de algumas pessoas, me desagrada a ideia de estar despetalando a última flor do lácio.

Sei que é uma língua difícil. Sei que um idioma deve servir, prioritariamente, pra estabelecer comunicação. Sei que mesmo acadêmicos e eruditos cometem deslizes aqui e ali. Sei que o o mundo já não comporta o português vernáculo (ou castiço). Sei que uma língua muda com o passar do tempo. Sei que dizem que no futuro teremos apenas inglês, espanhol e mandarim no mundo. Mas buenas, por enquanto o português existe e existem regras para o seu uso. Não é tarefa tão hercúlea assim tentar falar e escrever corretamente esta que, segundo Cervantes, é uma língua doce e agradável.

Abreviaturas: Como abreviar palavras?

A crase. S.f. 1. Gram. Contração ou fusão de duas vogais em uma só: à (aa); ler (leer); dor (door). 2. Restr. A contração de dois aa. V. contração (4). 3. Designação vulgar do acento indicativo de certos casos de crase: Em vou à praia, o a deve ter crase. (...)
Novo dicionário básico da língua portuguesa - Aurélio Buarque de Holanda Ferreira

De forma genérica, podemos dizer que a crase se caracteriza pela junção da preposição (a) com o artigo (a) ou um pronome demonstrativo (a, aquele, aquela). Simples, não? Talvez nem tanto... Esta página se propõe a mostrar como as aulas no ginásio acabam sendo soterradas pelos vícios que adquirimos no dia-a-dia. Uma delas é chamar o acento grave de crase, sendo que a crase é a contração e o acento grave é o sinal que evidencia a existência da crase (notem que até o Aurélio erra...). Mas um erro que está se tornando epidemia é o uso de acento grave em situações que não o justificam. Abaixo são listadas algumas frases encontradas no cotidiano em que usou-se o acento grave.

Você saberia dizer quantas frases estão corretas?

· Entregamos à domicílio.
· Vendas à prazo com planos especiais.
· 15 sabores à escolher.
· Prestações à perder de vista.
· Trajes à rigor.
· Preços à vista com 10% de desconto.
· Atendemos de segunda à sexta.
· Ótima localização, à 10 minutos do metrô.
· Lindos bordados feitos à mão.
· Diariamente até às 18:00.
· Conjuntos infantis à partir de R$ 15,00.

Fácil? Então, quantas das frases acima estão corretas?

Entregamos à domicílio
É fácil ver que Domicílio, enquanto substantivo masculino, não pode ter um artigo feminino a, e portanto não leva acento grave. Quero aqui ressaltar um outro erro: o verbo entregar significa levar alguma coisa a alguém em algum lugar. Nesse contexto, domicílio não é o objeto indireto (a alguém) e sim o adjunto adverbial de lugar. Portando não entregamos a Domicílio, e sim no domicílio.

Vendas à prazo
É fácil ver que prazo, enquanto substantivo masculino, não pode ter um artigo feminino a, e portanto não leva acento grave. Para formação de crase com um substantivo masculino, só com o uso do pronome aquele, mas no caso de artigo, como pede o artigo o, ficaria vendas ao prazo.

à escolher
Escolher é um verbo e como tal não pede artigo, a não ser que esteja na sua forma substantivada. Mas nesse caso, um verbo substantivado sempre vai para o masculino, e portanto pediria artigo o. O escolher é uma árdua tarefa.

à perder de vista
Perder é um verbo e como tal não pede artigo, a não ser que esteja na sua forma substantivada. Mas nesse caso, um verbo substantivado sempre vai para o masculino, e portanto pediria artigo o.

Trajes à rigor.
Rigor é um substantivo masculino e, portanto, não pode ter uma artigo feminino.

à vista
Este é de longe o erro mais comum e mais cometido no uso do acento grave. Soa bastante natural o acento em vendas à vista. Porém é simples perceber que seu uso é incorreto. Basta fazer a substituição da palavra vista por um substantivo masculino, que no caso o mais prático é a palavra prazo, por ter um uso bastante similar. Como não dizemos vendas ao prazo, também não diremos vendas à vista, certo? Há porém que se notar um caso em que utiliza-se o acento grave: quando vista é usado no sentido de ver, enxergar, como em terra à vista.

de segunda à sexta.
Podemos nesse caso notar que segunda está sem artigo (de -> da) e portando Sexta também deve estar sem artigo por uma questão de coerência. Podemos também fazer o teste substituindo por um substantivo masculino: ... de segunda a sábado.. Como não falamos ao sábado, não colocamos crase em a sexta. Fácil, não?

à 10 minutos
Numerais, em geral, não levam artigos definidos. Podemos, ao invés disso, apor um artigo indefinido: a uns 10 minutos, que nos provará que 10 minutos é masculino. Por outro lado, o acento grave poderia estar ligado a um substantivo feminino oculto (distância, por exemplo). Porém minuto não é medida de distância, e sim de tempo, portanto não faz sentido falar-se em à distância de 10 minutos.

à mão
Temos aqui um substantivo feminino e, portanto, vamos tentar substituí-lo por um masculino. Podemos traçar uma equivalência de feito a mão com ir a pé. Como não falamos ir ao pé, não diremos feito à mão.

até às 18:00
Aqui já temos uma preposição (até), cuja função é limitar a continuidade da ação. Portanto não cabe aqui o uso de mais uma preposição (a) e com isso não haverá formação da crase.

à partir de
Partir é um verbo e como tal não pede artigo, a não ser que esteja na sua forma substantivada. Mas nesse caso, um verbo substantivado sempre vai para o masculino, e portanto pediria artigo o.

OLIVEIRA, Edson Roberto de. A crase. (http://www.aresnet.com/crase )

- Grave - acento

1) "Aí, Guilherme Augusto foi visitar Dona Antônia e deu à ela, uma por uma, cada coisa de sua cesta." Onde está o erro?
Resposta: o erro está em "à ela" com acento grave. Antes de pronome, a letra "a" é apenas preposição, nela não há artigo. Apenas substantivos admitem artigo. Se o pronome estivesse no masculino "a ele", não aconteceria "ao ele", portanto em "a ela" não há dois ás.

2) A previsão é de arrecadação igual ou superior a deste ano." (Frase de jornal.)
Resposta: faltou acento grave em "a deste ano", pois o substantivo feminino "arrecadação" foi omitido: (A previsão é de arrecadação igual ou superior à arrecadação deste ano.) Substituamos "arrecadação" por "lucro": A previsão é de lucro igual ou superior ao (lucro) deste ano. Se ocorrer "ao" em palavra masculino, o acento grave é obrigatório no feminino "à".

- MAIS UMA SOBRE CRASE
As regras sobre a crase são várias e devemos aprendê-las aos poucos. Uma delas é que não ocorre crase em locuções formadas por duas palavras repetidas, mesmo estando no feminino: face a face, cara a cara, frente a frente, terra a terra, porta a porta e outras locuções.

- A HORA E A VEZ DA CRASE
A crase é um tema difícil mas algumas regras imutáveis ajudam-nos a não errar mais. Uma delas: antes de numeral que indica hora sempre se usa crase. Os exemplos são pontuais: vou chegar às duas da tarde, ou à uma da madrugada, ou às oito da noite, ou às 23 horas, ou à meia-noite, ou à zero hora, mesmo sendo zero uma palavra masculina.

- A CRASE E A CRISE
A crase está sempre em crise. Às vezes não craseamos o a e deveríamos fazê-lo. Mas às vezes craseamos... e não deveríamos fazê-lo. Três exemplos de não-uso da crase: Creusa gosta de andar a cavalo; Creusa comprou um carro a prazo; Creusa ficou a pé. Nos três casos o a não é craseado. Porque antes de palavra masculina (carro, cavalo e pé) o a é apenas preposição, e o à é a contração, a união entre a preposição e o artigo feminino.

- Pé atrás
"Clinton pede perdão a formiga.". A frase saiu nas Dicas da semana passada . Os leitores ficaram com o pé atrás. "Cadê a crase ?" , perguntaram . Não há crase. Dúvida? Recorra ao macete. Substitua a palavra feminina por uma masculina. Mosquito, por exemplo: Clinton pede perdão a mosquito. Na troca, aparece só a . É que formiga e mosquito estão usados de forma genérica. Não se trata de uma formiga determinada. Nem de um mosquito definido. Por isso, nada de artigo. Compare: Clinton pediu perdão à formiga da fábula. Aí, não é qualquer formiga. Mas a formiga conhecida. Daí a crase. Fazendo o troca-troca por um machinho, teremos ao : Clinton pediu perdão ao mosquito de Walt Disney. É isso. Se na substituição der ao, sinal de crase. Caso contrário, nada feito.

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Here we go...

2011. O primeiro ano da segunda década do vigésimo primeiro século do calendário gregoriano. O ano em que farei 40. De acordo com os crentes do calendário maia, o penúltimo ano da humanidade (talvez apenas tal qual a conhecemos). Espero que sim. Acho que tá na hora de uma grande convulsão planetária. Uma grande, única, não estas que acontecem o tempo todo aqui e acolá e que vão comendo o planeta como um câncer. Uma convulsão pra mudar paradigmas universais. Uma mudança que ponha fim à estupidez e ao obscurantismo. Oxalá.

Algumas pessoas fazem planos para o ano que começa. Eu não. Acho que nunca fiz. Sou um cara chato, de hábitos fixos (deve ser por isso que sou quase um quarentão e ainda não me casei), portanto, sei que em 2011 vou continuar:

- não fazendo parte de Twitter, Facebook, Orkut, MySpace, Deviant art, etc, etc, etc...;

- reclamando do trabalho, proferindo meu discurso contra esta coisa antinatural e desumanizadora (mas trabalhando com alguma competência pra garantir o dinheirinho do fim do mês);

- catando livros nos sebos sem noção que conheço em Porto Alegre para revendê-los pelo preço que valem no Estante Virtual (sinto prazer em fazer isso, devo ser meio doente);

- esperando lampejos de inspiração (cada vez mais raros) e disposição para postar alguma coisa neste blog;

- não tomando nenhum medicamento pra atenuar as ferozes crises de depressão que me acometem;

- não comendo carne (como faço já há 15 anos);

- reclamando dos malditos fumantes;

- reclamando, na verdade, de quase tudo (carros, gente mal educada, televisão, poluição, consumismo, música ruim, cachorros em apartamentos, pessoas afetadas, burrice, ar-condicionado, mulheres que não querem dar pra mim, o salto no escuro chamado “fé”, clientes obtusos, gastrite, alergias, falta de dinheiro, não ganhar na mega-sena, a falta de sentido de tudo, etc);

- querendo ver as crianças da minha família e não querendo ver os adultos da mesma família (à exceção do meu irmão do meio (os outros não tentam melhorar - como de resto, a maioria das pessoas));

- dizendo pras gentes: leiam mais e melhor (não vale literatura espírita, não vale auto-ajuda, não vale livros religiosos, não vale Best-sellers, não vale esoterismo barato, não vale romances cor-de-rosa, não vale livros técnicos, não vale ler por obrigação);

- me achando idiota e ao mesmo tempo um dos poucos caras que “enxerga” as coisas;

- esperando ver o céu se abrir e, entre “nuvens de mil megatons”, surgir a verdade.

Buenas... vai ser um longo ano.