Tenho trabalhado nos desenhos que quero transformar em
estampas de camisetas, ouvido muita música e lido alguns livros. Também trabalho
nas coisas da casa. Aqui o silêncio é quase total, uma casa no fim de uma praia
vazia.
Luma é a cachorra que divide o espaço comigo. Ela é bonita e
tá crescendo muito rápido. Compro restos de carne nos mercados da cidade para
alimentá-la. O problema é que tem uma matilha inteira de cachorros vagabundos
que fica circulando aqui pelas redondezas. Eu cometi o erro de dar comida uma
vez e agora eles não saem do meu portão. Morro de pena desses bichos. Vivem dos
restos que os poucos moradores da volta têm pra dar. Desconfio que passam dias
sem comer. Dentre todos eles, uma cadela é a mais fiel. Está por aqui desde a
primeira vez que vim pra cá. Ela é grande e simpática, tem uns olhos azuis que
alguns acham bonitos, e outros, assustadores. Chamam-na Margarete. Como achei
este nome ridículo (pra um cachorro), chamo apenas “Marga”.
Eu já tenho a Luma pra dar comida. Na casa dos meus pais, em
Canoas, já tem a Nina (cria desta Marga) e o velho e surdo Totó (que já ganhou
um texto neste blog). Então, assim... se alguém precisa de uma cachorro grande
pra cuidar do pátio (sou contra cachorros em apartamento), pra impor respeito,
por favor, venha me fazer uma visita aqui na praia e adote a Marga. Ela é
durona, acostumada à vida largada. Com todo este frio que faz aqui no litoral a
pobre dorme ao relento (já tentei fazê-la dormir melhor, mas ela parece gostar
de se enrodilhar em si mesma e permanecer exposta ao frio).
Buenas, as postagens aqui logo voltarão à frequência de
antes. Em breve terei muitas coisas pra mostrar. Ainda estou na fase de
adaptação na praia, mas sou assim mesmo, demoro pra começar uma coisa, porque
planejo muito. Depois tudo flui...