Cara... têm acontecido coisas sinistras à minha
volta. Lembra que te falei que um carro pegou fogo quase do meu lado?
Pois é... naquele dia voltei pra casa vendo um monte de peixes mortos na
beira do mar e depois mais três gaivotas, mortas também. Quando tô
chegando em casa, uma caixa cheia de filhotes de cachorro. Todos
com muita sarna e um deles, fora da caixa, já com uma baita cicatriz no
lado do corpo. Fiquei morrendo de pena, mas não fiz nada... deixei lá, no canto da rua (já chega os quatro de sempre, que mal me veem saem correndo e pulam e me
lambem e me arranham - eu digo (como se eles entendessem):
passa, cachorrada, desta vez não tem nada!).
E hoje, indo pro
centro de bike, não é que acontecem TRÊS acidentes envolvendo bicicletas? Dois
comigo. Uso uma bike velha, sem freio. Aí tô indo pelo calçadão aqui da
praia. Entre um trecho e outro, tem umas rampas de acesso, estreitas.
Vem um gurizão em sentido contrário. Fomos desviar um do outro e
saímos os dois pro mesmo lado. Bah, eu vinha com velocidade da
descida da rampa, me estarrachei no chão. Fodi meus joelhos e deixei a
bicicleta, que já era meio desengonçada, virada num ferro velho. O guri -
que deve ter uns 14 ou 15 anos - foi gente boa, perguntou se eu tava
bem. Ele saiu ileso pelo jeito. Perguntei: tu também tá sem freios? Ele
disse: é, os caras roubam os freios. E mostrou a bike, bem nova até, só
que sem freios. Buenas, segui adiante. Duas quadras além, uma cena
tétrica: uma bike toda detonada no meio do asfalto ao lado de um lençol
branco cobrindo um volume grande. Perto um carro duma empresa de
segurança com o parabrisa afundado e estilhaçado. Não fiquei olhando
muito. Me dei por feliz que meu acidente rendeu apenas umas
escoriações leves. Antes de ir embora ainda pude ver entre os curiosos a
guria de que te falei, a negra. Estava ainda mais interessante.quinta-feira, 24 de janeiro de 2013
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2 comentários:
Olá, Telmo.
É impressão minha ou vc gosta de viver perigosamente? ;)
Beijos!
Querida Helena, só agora vi este teu comentário.
Na verdade sou apenas relapso, Helena. Não tenho o charme das pessoas radicais que correm riscos deliberadamente.
Bjs.
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