quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

2010

Queridos amigos e amigas que visitam este blog, espero revê-los todos em 2010, só que mais vezes, mais frequentemente. Sou um sentimental, gosto pra caramba de pessoas, ainda mais das pessoas legais. Este ano foi um atropelo atrás do outro. Resultado: 365 dias que passaram voando e uma sensação de que o tempo poderia ter sido melho vivido. A bem da verdade não sei quem visita este blog (além do Jorge, do Wilson e do Emerson, que escrevem de vez em quando), mas o abraço vai também pra quem eu sei que já visitou (Igor, Fabrício, Luciana Barreto, Fabiana Menini, Rayane, Ana Caroline, Giselle...). Espero que o próximo ano seja espetacular para vocês e pra toda uma galera aí que mora no meu coração, gente que eu não vejo há muito tempo, pra quem não escrevo, não ligo, mas que nunca esqueço. A lista é enorme e eu é que não vou correr o risco de esquecer alguém, mas assim, por cima, posso dizer que são pessoas da Secretaria de Cultura de Canoas (e agregados), das outras secretarias, amigos canoenses, pessoal da Verdeperto, pessoal da minha já tão distante faculdade de Filosofia, colegas da CEFAV, amigos da antiga que conheci no Diário de Canoas, no O Timoneiro, na Veraz, amigos de bar, amigos de livros, amigos de vários momentos e circunstâncias, amigos enfim...
Abração pra todos.

sábado, 19 de dezembro de 2009

Sangue novo nos quadrinhos

Na Feira do Livro de Porto Alegre deste ano conheci o Rafael Grampá. Na verdade não foi bem na Feira, foi num barzinho de cartunistas, famoso, na subida do Viaduto Otávio Rocha. Levei meu exemplar de "Mesmo Delivery" para autografar. Para quem não sabe, este é o título da história em quadrinhos que o cara produziu. Muito boa. O Grampá é merecedor de muitos elogios, desde a "vitalidade do traço" ressaltada por Lourenço Mutarelli até a sensação de estranheza e originalidade que consegue em muitos momentos ao longo da narrativa (coisa difícil de se conseguir). Ganhou - junto com outros quatro artistas - o famoso Prêmio Eisner, a maior premiação em quadrinhos no mundo. O cara "tem o dom". A revista Época o elegeu um dos cem brasileiros mais influentes em 2009. Conversei muito rapidamente com ele naquele dia, mas vi que é um cara na boa, apesar do sucesso estrondoso. Quando li Mesmo Delivery me deu vontade de desenhar de novo. E desenhei. Espero que o artista não se importe por eu ter tomado a liberdade de "adulterar" um pouco a sua história em quadrinhos.

Recordações da Casa dos Mortos

Hoje é 19 de dezembro. Minha última postagem neste blog foi em 8 de novembro. É que eu estava prisioneiro. Encarcerado na maior detenção do mundo moderno, a saber: o trabalho. O nome do complexo carcerário desta vez era Secretaria de Cultura de Canoas. Fiquei recolhido por 8 meses. Trabalhos forçados. Lá tive dores de nervo ciático que me impossibilitaram de caminhar por algum tempo, tive catapora (aos 37 anos de idade, uma coisa horrível: febre, dores de cabeça, dores de estômago e feridas por todos os cantos imagináveis do corpo - corpinho que era lindo e agora está todo marcado) e, mais recentemente, fiquei com o rosto detonado (possivelmente uma mistura de stress com ar-condicionado). STRESS. Eis aí uma palavrinha que conheci bem. Vou escrever um tratado sobre isso... A Metafísica do Stress, O Stress Fenomenológico, O Ser o Stress, A Crítica do Stress Puro, A Genealogia do Stress... enfim... posso escrever qualquer coisa, pois fiquei doutorado nessa porra. E sou um cara zen. As pessoas diziam: tu parece estar sempre tão calmo. E pareço mesmo. Vai ver interiorizo mais do que os outros. Meu chefe maior me chamou de vagabundo quando pedi pra sair. Ra, ra, ra... dois mil e poucos reais não pagam as sequelas que o trabalho insano deixa como lembrança. Sou vagabundo não, chefinho. É que estou quase nos quarenta e tenho outros planos, planos que não incluem trabalhar com coisas nas quais não acredito. Alguns momentos foram ótimos, devo admitir, e também aprendi muito. Sim, foi um bom aprendizado. Duro, mas foi. Conheci algumas pessoas sensacionais que, espero, permaneçam minhas amigas de agora pra sempre. Conheci também o funcionalismo público e o "poder", todas as intriguinhas e disputas que rolam no meio. Disso, ouça-me Deus dos Artistas, quero manter distância até o fim dos meus dias.
Volto no fim deste ano pra casa dos meus pais. Juntei um dinheiro com o qual pretendo viver uma vida semi-monástica. Quero tocar vários projetos pessoais. Vou montar um estudiozinho caseiro e fazer muito barulho (tenho esperanças de que parte disso possa se chamar música). Vou retomar antigos projetos de quadrinhos e cartuns e ver se o longo amadurecimento ao qual me resignei na última década resulta em coisa que preste. Quero escrever também. Quero fotografar, filmar, ler, encenar... quero fazer o que sempre quis, mas que a porra da necessidade de trabalhar nunca permitiu. Vou manter um blog mais atualizado. Talvez até acabe usando o Twitter e o MySpace que abri e nunca mais entrei. Vou continuar vendendo livros na internet. Talvez (mas assim, TALVEZ mesmo) acabe abrindo aquele sebo planejado com tanto entusiasmo e há tantos anos (Giselle, não desista de mim... estou voltando para a luz). Se isso acontecer, tudo muda. Alea jacta est, como diriam os japoneses.
LIVRE, LIVRE, LIIIIIIIIVREEEEEEE, ESTOU LIIIIIIIVVVVVVVVVVRRRRREEEE!!!!!!!