Hoje é 19 de dezembro. Minha última postagem neste blog foi em 8 de novembro. É que eu estava prisioneiro. Encarcerado na maior detenção do mundo moderno, a saber: o trabalho. O nome do complexo carcerário desta vez era Secretaria de Cultura de Canoas. Fiquei recolhido por 8 meses. Trabalhos forçados. Lá tive dores de nervo ciático que me impossibilitaram de caminhar por algum tempo, tive catapora (aos 37 anos de idade, uma coisa horrível: febre, dores de cabeça, dores de estômago e feridas por todos os cantos imagináveis do corpo - corpinho que era lindo e agora está todo marcado) e, mais recentemente, fiquei com o rosto detonado (possivelmente uma mistura de stress com ar-condicionado). STRESS. Eis aí uma palavrinha que conheci bem. Vou escrever um tratado sobre isso... A Metafísica do Stress, O Stress Fenomenológico, O Ser o Stress, A Crítica do Stress Puro, A Genealogia do Stress... enfim... posso escrever qualquer coisa, pois fiquei doutorado nessa porra. E sou um cara zen. As pessoas diziam: tu parece estar sempre tão calmo. E pareço mesmo. Vai ver interiorizo mais do que os outros. Meu chefe maior me chamou de vagabundo quando pedi pra sair. Ra, ra, ra... dois mil e poucos reais não pagam as sequelas que o trabalho insano deixa como lembrança. Sou vagabundo não, chefinho. É que estou quase nos quarenta e tenho outros planos, planos que não incluem trabalhar com coisas nas quais não acredito. Alguns momentos foram ótimos, devo admitir, e também aprendi muito. Sim, foi um bom aprendizado. Duro, mas foi. Conheci algumas pessoas sensacionais que, espero, permaneçam minhas amigas de agora pra sempre. Conheci também o funcionalismo público e o "poder", todas as intriguinhas e disputas que rolam no meio. Disso, ouça-me Deus dos Artistas, quero manter distância até o fim dos meus dias.
Volto no fim deste ano pra casa dos meus pais. Juntei um dinheiro com o qual pretendo viver uma vida semi-monástica. Quero tocar vários projetos pessoais. Vou montar um estudiozinho caseiro e fazer muito barulho (tenho esperanças de que parte disso possa se chamar música). Vou retomar antigos projetos de quadrinhos e cartuns e ver se o longo amadurecimento ao qual me resignei na última década resulta em coisa que preste. Quero escrever também. Quero fotografar, filmar, ler, encenar... quero fazer o que sempre quis, mas que a porra da necessidade de trabalhar nunca permitiu. Vou manter um blog mais atualizado. Talvez até acabe usando o Twitter e o MySpace que abri e nunca mais entrei. Vou continuar vendendo livros na internet. Talvez (mas assim, TALVEZ mesmo) acabe abrindo aquele sebo planejado com tanto entusiasmo e há tantos anos (Giselle, não desista de mim... estou voltando para a luz). Se isso acontecer, tudo muda. Alea jacta est, como diriam os japoneses.
LIVRE, LIVRE, LIIIIIIIIVREEEEEEE, ESTOU LIIIIIIIVVVVVVVVVVRRRRREEEE!!!!!!!
sábado, 19 de dezembro de 2009
Recordações da Casa dos Mortos
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2 comentários:
Grande Telminho...
Retomando texto anterior:
"...Caramba, trabalhar lá na Secretaria de Cultura de Canoas tá me fazendo ter idéias.
hahaha... e agora, esqueçam o que eu escrevi rsrs.
Abraço
Jorge
Catapora depois de adulto é mil vezes pior do que na infancia...
Tenho mais coisas pra dizer, mas eu ainda não me livrei das amarras e o relogio me diz que está quase na hora de voltar pro lugar onde arrasto as minhas correntes, ou seja, a prefeitura da minha cidade...
Tem muita coisa aqui que eu ainda não vi; meu proprio blog está abandonado há horas...
Mas volto depois...
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