Banksy é conhecido no mundo inteiro, mas sempre pode ter alguém que ainda não sabe do trabalho do cara (meu caso até agora). Para estes, coloco aqui este link: BANKSY. O sujeito é fodástico. Eu olho os troços dele e penso: "caramba... por que EU não imaginei uma coisa assim?"
Também coloco aqui um texto da minha amiga Ana Caroline (http://thepictures.wordpress.com/). É de maio de 2008 (o que mostra que a minha amiga é muito mais antenada do que eu) e dá uma boa ideia da importância do artista.
A Street Art e o artista guerrilheiro
Até agora, a trajetória de um artista contemporâneo consistia em escola de arte seguida da exposição em galerias e da compra das obras por colecionadores influentes e instituições públicas, tudo isso somado a convites para festas cool. Hoje, depois do MySpace transformar a indústria da música, dos blogs tomarem os espaços dos jornais e do YouTube roubar da TV o posto de provedor primeiro de informação instantânea, a Street Art, ou Arte de Rua, utiliza a Internet como mídia para invadir o mundo da arte. Prova disso é a popularidade de sites como www.woostercollective.com; www.graffiti.org e www.picturesonwalls.com.
Com origem nos Estados Unidos, a Street Art está hoje centrada na Inglaterra, assim como as casas de leilão, que desde 2006 oferecem as mais valorizadas obras do mundo, entre elas as de artistas de rua, e as vendem rapidamente a colecionadores de arte tradicionais e celebridades, apesar de os críticos de arte britânicos a chamarem de piada ou se recusarem a comentá-la. Se em 2002 Banksy, o mais cultuado e influente artista inglês, vendia suas obras por pouco mais de 50 libras nas feiras alternativas de Londres; em fevereiro passado, no primeiro leilão de Urban Art, ou Arte Urbana, seu macaco Laugh Now obteve o lance maior, de 228 mil libras.
Toda vez que um trabalho de Banksy vai a leilão, atinge novo recorde, abrindo caminho para artistas como Adam Neate e Nick Walker. Galerias especializadas em Street Art estão também conquistando espaço. A mais famosa delas é a Laz Inc, no Soho, que representa Banksy, Paul Insect e Mode 2, uma figura que desde os primeiros anos do movimento faz arte inspirada em quadrinhos. Ano passado, Dennis Hopper e Angelina Jolie faziam ali suas apostas, e a atriz e Brad Pitt gastaram um milhão de libras apenas em obras de Banksy.
O crítico de arte Ben Lewis está produzindo um documentário sobre o atual mercado da arte, chamado Brave New Art World, e afirma que o trabalho de Banksy é interessante e deve resistir à prova do tempo porque tem uma história política e uma história cultural jovem, além do respaldo de celebridades. A mídia frequentemente se refere a ele como ele mesmo se define: “terrorista da arte”, por chamar a atenção do mundo para temas atuais através, por exemplo, da exibição Santa’s Ghetto de 2007, que consistiu na criação de pinturas com spray ao longo da barreira que separa Israel da Palestina ou, recentemente, ao espalhar o graffiti “Vote Ken” pelos prédios de Londres em apoio ao candidato a prefeito do partido trabalhista, Ken Livingston.
Em agosto de 2006, Banksy e Danger Mouse – produtor de Attack & Release dos Black Keys – repuseram nas lojas de discos britânicas 500 cópias dos CDs de estréia de Paris Hilton, incluindo remixes intitulados “Why am I Famous?”, “What Have I Done?” e “What Am I For?” . No encarte, a socialite aparece topless, com uma cabeça de cachorro e saindo de um carro de luxo, cercada de sem tetos. Além da mensagem social, há anos a Street Art afeta o mundo da publicidade, da moda e do design, e enfim passa de uma resposta trangressora contra o sistema, feita nas ruas, para algo de valor e exposta em galerias.
A partir de 23 de maio e durante três meses, a Tate Modern de Londres – galeria de arte mais popular do mundo – exibe Street Art, permitindo que a fachada do prédio, às margens do Tâmisa, seja utilizada como canvas pelos artistas europeus Blu, JR e Sixeart, os americanos Faile e os brasileiros Nunca e Os Gêmeos. Banksy, que em 2005 entrava disfarçado nos museus de Nova York para pendurar nas paredes suas versões de pinturas clássicas, e que esse ano doou alguns de seus trabalhos para galerias de arte britânicas, não participa da exibição. A galeria anunciou que ele não foi convidado, enquanto ele se manteve ocupado organizando The Cans Festival, ou Festival de Latas, que exibia o trabalho de 40 artistas do mundo todo em um antigo túnel de trem a dez minutos de caminhada da Tate Modern.
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