sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Das coisas que eu não gosto ( II )


CIGARRO - Segundo a Organização Mundial da Saúde, 3 milhões de pessoas morrem, por ano, vítimas do tabaco. Pela quantidade de adolescentes que vejo fumando hoje em dia, desconfio que este número vai aumentar. Bastante. Cadê os pais destas criaturas, pra evitar que isso aconteça? Ah, eles estão fumando lá do outro lado. Mas que beleza de mau exemplo, hein?!! Aqui em Porto Alegre me impressiona também o monte de mulheres que fuma. De cada dez “crivos” que vejo acesos, 7 ou 8 estão em mãos femininas. A vida delas deve estar uma merda mesmo!
Eu não sou um cara careta. Acho que todo mundo tem o direito de fazer o que bem entende da sua vidinha, desde que as conseqüências não afetem os outros. Claro, um sujeito que morre vítima de câncer vai acabar afetando a vida de outras pessoas, mas não é deste tipo - tão profundo e emocional – de interferência que estou falando. Refiro-me às conseqüências mais imediatas, enquanto o vício é ainda um prazer. O cara quer cheirar? Vai lá. Mas depois não saia fissuradão na rua, dirigindo irresponsavelmente ou querendo arranjar briga com todo mundo. Quer injetar? Beleza. Quer um “doce”? Tranquilo. Quer Ecstasy? Comprimidos? O que seja... foda-se! Vai lá, meu chapa, a vida é tua. Mas não venha encher quem não tá na mesma onda.
Claro, isso é também um problema de saúde pública. O Estado gasta rios de dinheiro pra tratar (muitas vezes sem sucesso) essa gentarada dependente. Mas, novamente, não é deste tipo de consequência que estou falando. Também não quero discorrer sobre o tráfico e toda a merda que rola graças a ele. A vida humana é doida e, se formos esmiuçar, cada um dos nossos atos tem conseqüências mais ou menos graves. Não vou ficar dando a fórmula do mundo ideal (apesar da minha inteligência fenomenal, não tenho essa receita), só quero deixar claro meu ponto de vista: o Estado que se foda pra resolver certos problemas. Muitas vezes ele é conivente demais com esta merda toda. Só quero garantir a minha tranqüilidade dentro deste caos estabelecido. Sim, você pode chamar isso de individualismo. Eu prefiro dizer que é uma misantropia capenga e uma tentativa de revolução pessoal (a única possível, começo a concordar). Não quero ter ingerência sobre a vida alheia, mas quero, sim, que estes fumantes filhos da puta não venham com os seus cigarros fedorentos e venenosos pro meu lado.
O cigarro é uma merda de uma droga lícita que a hipocrisia geral e o lobby das grandes empresas tabagistas fazem passar. Acho muito bom que o cerco aos fumantes venha se fechando pouco a pouco nos últimos anos. Tenho rinite, meu olfato é aguçadíssimo. Sinto cheiro de cigarro a quilômetros. Então é sempre muito ruim quando alguém fuma por perto. E acontece o tempo todo. Se ando pelas ruas, quase sempre é na condição de fumante passivo. Buenas, todo mundo sabe o quão saudável isso é. Porém, ainda que não houvesse esse prejuízo à saúde, os não-fumantes teriam todo o direito de não gostar e reclamar deste substrato desagradável que é a fumaça do cigarro. Quero andar por aí sem ter alguém largando essa fumaça na minha cara (não adianta trocar de calçada, eles estão em todos os lugares). 
O cerco aos tabagistas foi apertado, mas ainda não é o suficiente. Basicamente o que o fumante precisa entender é que o seu vício prejudica as outras pessoas. Na real, acho eles já entenderam, mas estão pouco se lixando (como quase todo mundo, em relação a quase qualquer coisa). Eu, no meu bunker, só posso ficar aliviado pelo fato de a maioria das pessoas (que gostam e fazem tantas merdas auto-destrutivas), pelo menos em relação ao cigarro, se posicionarem contra.
Agora é uma queda de braço. E acho que os fumantes vão perder... o cigarro vem acabando com o fôlego deles.

Um comentário:

Anônimo disse...

“Me interessa saber que ser humano se esconde atrás de toda esta fachada. Não pode não haver nada.”
(Vera Albers em Surtos urbanos)