Vou mudar o banner deste blog qualquer hora destas, mas até lá, um esclarecimento: essa imagem aí de cima não é uma referência à música do All Star azul do Nando Reis. Eu não gosto de Nando Reis. Antes seria, então, uma referência ao All Star azul da música "A Saudade e o All Star", da banda Superguidis. Aí sim! Acho esta música muito massa. Mas tô desconfiado que nem os caras da banda gostam muito dela, pois foi impossível achar um videozinho na internet. Buenas, continuo achando boa. Se você puder, escute (esta e outras) qualquer hora.
Meu velho companheiro de caminhadas ao luar Pensando abobrinhas, pensando idiotices sem nexo Adeus, all star azul... adeus, all star azul tamanho 41! Mudamos tanto eu e você durante esse último ano... Você vai para o lixo, e eu vou chorar na despedida... Adeus, all star azul... adeus, all star azul tamanho 41!
Comprei uma câmera fotográfica. Ia dizer que era um sonho de consumo, mas não se trata apenas de consumo, trata-se de gostar de fotografia. Nada muito cabeça, claro. Não sou da turma dos adoradores de Cartier-Bresson, Robert Capa, Sebastião Salgado... esses nomes de peso da 8ª arte. Sou um sujeito péssimo que teve uma formação (meia-boca) publicitária, então acabei curtindo a fotografia de estúdio. É o que quero fazer. Se tudo der certo, quero ter um banco de imagens diversas, clics que se prestem para várias coisas. Nada mais que planos por enquanto, mesmo porque minha câmera é relativamente simples, uma Nikon D3000, considerada um "modelo de entrada". Lente, por enquanto, apenas a que veio com a câmera (18-55mm). É tudo muito caro neste universo. No Brasil, então, é ainda mais caro do que nos outros lugares. É como informou um site (dos muitos que ando acessando pra aprender fotografia): câmeras de entrada no Brasil são como carros populares, acessíveis apenas no nome, porque nem mesmo os modelos simples são baratos. É foda!
Mas tudo bem, vou comprando tudo aos poucos. Se a coisa der certo, ainda quero noticiar que comprei uma Nikon D7100 ou similar.
Acima uns registros de fotógrafo amador. Sou tão manco ainda que só me arrisco a usar a câmera no automático. Minha filha (modelo/cobaia) vai me ajudar na empreitada. Vamos ver se saem novos e melhores clics no futuro.
Caralho! Morreu o García Márquez.
Deus, tu tá levando embora todo mundo, porra! Daqui a pouco o meu universo de significação vai ficar vazio.
Brincadeira! Meu universo de significação é atemporal. Dostoievski, por exemplo (que eu não esqueci), é mais presente que o velho colombiano (e Deus é só figura de retórica, certo?). Mas eu gostava do "Gabo". Li "Cem Anos de Solidão" duas vezes (com um intervalo de 17 anos) e me deleitei em ambas. Li também "Memorias de Mis Putas Tristes" e achei sensacional.
A gente transita pelo mundo de maneira desconfortável. Sempre tentando vencer algo. Eu, nos últimos tempos, tento vencer o tédio (mais do que outras coisas, que não são poucas). Esses caras (escritores, quadrinistas, cineastas, etc) têm me ajudado na empreitada, e o Gabriel foi responsável por muitas horas da minha existência meio sem graça que deixei em suspenso, momentos em fui pra outro mundo. Isso não é pouco. Sei que foi assim pra mim e deve ter sido pra um monte de gente.
Mas claro, que não é só isso. Esses caras colocam um tijolinho a mais na "yellow brick road" das nossas vidas rumo ao... ao... ao... ao que, mesmo? Você não sabe, né? Nem eu. Mas a gente sabe que estes caras nos ajudam, de alguma forma. A arte é um lenitivo. Talvez seja até mais que isso. Eu é que ando meio amargo. E, neste momento, meio bêbado.
Sou o legítimo punheteiro do desenho. Em vez de pensar em fazer algo que me dê dinheiro, fico aqui rabiscando as coisas "que tenho vontade" de desenhar. Aziras...
O Bill Watterson deixou uma galera saudosa da genial dupla Calvin & Hobbes quando parou com os quadrinhos. Na internet tem uma cacetada de desenhos (de fãs, suponho) retratando Calvin e Hobbes depois de passados alguns anos. Alguns são muito bons. Decidi fazer também o meu. Por enquanto segue o traço apenas. Se conseguir terminá-lo, publico no futuro.
Assisti ontem o filme “Her”, do Spike Jonze. A história de
um cara (Joaquin Phoenix) que se apaixona por um sistema operacional, uma
inteligência artificial que evolui a partir da experiência com o usuário e se
manifesta exclusivamente através do som (a voz é da Scarlett Johansson, e
creiam, isso ajudaria até aos mais críticos se apaixonarem por uma “máquina”).
Achei o filme muito foda (“muito foda” é o meu jeito de dizer “bonito” sem
parecer meio gay). Gostaria de comentar sobre a coisa, então já aviso que não
tem como fazer isso bem sem contar o final (“spoilers”). Na verdade, não vejo grande mal em saber o fim
de uma história de antemão. Quando li Madame Bovary e Os Irmãos Karamázov,
passei antes pelos geniais prefácios do Otto Maria Carpeaux e isso em nada
diminuiu a fruição do texto. Pelo contrário, apurou o meu olhar para certas
sutilezas que de outro modo passariam batidas. Buenas, guardadas as devidas
proporções (Maria Carpeaux, gigante - Mario Telmo, liliputiano), segue minha
opinião de cinéfilo meia-boca.
Inicialmente, parece que o mote do filme é o mesmo daquele
do cara que se apaixonou por uma boneca de silicone, “A Garota Ideal”. Você
conhece, né? Uma fábula moderna onde uma cidade inteira vive a projeção de um
sujeito para ajudá-lo - numa espécie de terapia altruísta - a sair da fantasia
(é legal, vale a pena ser visto).
Mas depois de algum tempo a gente percebe que o dilema em “Her”
é outro. Algo parecido com o que já se viu em Blade Runner, em Inteligência Artificial
(aquele do gurizinho) e na última versão da série Battlestar Galactica (que
ameaçou explorar bem o assunto mas que depois - até onde vi - meio que perdeu a
mão), entre outros: se apaixonar por uma
máquina? A questão moral/filosófica é praticamente a mesma, mas este filme do
Spike Jonze se diferencia dos demais. Não se trata de atração por uma boneca
(um ser inanimado), mas também sequer se trata de paixão por algo corpóreo. O
personagem principal se envolve com uma voz. O máximo que se pode conceder em
termos de materialidade é que o cara começou a gostar de um chip.
Nos outros filmes, os clones de seres humanos (replicantes
no Blade Runner, Cylons no Galactica, etc) são retratados como criaturas
superiores ao homem, porque além de serem fisicamente mais resistentes e ágeis,
são capazes de aprender através da observação e análise e se auto-replicar.
Imagino que a premissa aí é de que eles podem realizar cada vez mais atividades
neuronais, sinapses ou sei lá que outros nomes se dá pra esse negócio de usar o
cérebro mais e melhor. Então, se as criaturas constroem cérebros cada vez mais
complexos, é previsível que em dado momento se tornarão mais inteligentes que
os seus criadores (que também têm cérebros complexos, mas não desenvolvem). Na
minha opiniãozinha o que sempre faltou nesses filmes é uma explicação mais
aprofundada (uma tentativa de), sobre o momento em que uma programação (ou algo
que o valha) vira consciência. Seria o equivalente a dizer o momento em que uma
máquina adquire alma. Isso é dado de barato ou fica em suspenso e geralmente é
essa incerteza que sustenta esses filmes, que mantém a tensão. Tudo bem, os
filmes não deixam de ser interessantes, mas também ficam muitos buracos na
trama. Destrinchar isso levaria muito tempo e seria necessário escrever um
livro, mas resumindo dá pra dizer que é muito antropocêntrico (e bobo) quando
nos filmes os clones de gente desenvolvem sentimentos humanos. Eles odeiam,
ficam tristes, choram e, principalmente, se apaixonam pelos criadores. Quem
bola estas histórias, parte do pressuposto (imagino) de que a evolução de uma
inteligência artificial passa, necessariamente, pela apreensão e
desenvolvimento de características psicológicas humanas. Mas as características
psicológicas humanas são fruto de uma infinidade de causas (sociais, culturais,
antropológicas, alimentares, climáticas, etc, etc) a que uma máquina, presumivelmente,
não está sujeita. Uma máquina analisaria, cruzaria milhões de informações num
milésimo de segundo e, amparada em alguns critérios, obteria uma resposta, uma
indicação que não conduzisse a um novo erro, esse negócio tão familiar aos
humanos.
Mas aí está uma boa questão: quais seriam estes critérios? É
muito difícil falar sobre essas coisas, porque nós, homens, não podemos viver
sem o erro. A Ciência diz isso. Portanto, falar de uma inteligência evoluída,
uma que não incidisse em erros (ou que pelo menos não incidisse nos mesmos
erros que nós) é falar de uma coisa que não conhecemos, ou seja, como não temos
parâmetros, só podemos fazer um exercício de imaginação. Tudo bem, isso vale. O
Einstein não dizia que a imaginação vale mais que o conhecimento? O problema é
que existem imaginações boas e outras nem tanto. Em geral é nem tanto.
É muito mais legal quando os filmes não reduzem as
inteligências artificiais a simples arremedos de seres humanos, e sim deixam a
coisa no terreno do insondável, como fez o Kubrick em 2001, Uma Odisseia no
Espaço. É mais honesto também. E é neste aspecto que o filme “Her” se destaca.
Embora mantenha o clichê da máquina apaixonada pelo humano, faz isso com uma
certa ambiguidade e mostra, no final, a máquina transcendendo a condição
humana, abandonando o homem porque as suas (da máquina) investigações sobre o
mundo tornaram inviável a coexistência. É triste e bonito. É instigante, faz
pensar.
Nenhuma comparação com o filme do Kubrick, claro. São coisas
completamente diferentes. O “Her” é mais palatável, mais pra consumo rápido. Pode
ser visto como uma crítica ao processo de individualização que as pessoas estão
vivendo. Em dado momento do filme, a “namorada” do protagonista revela que está
“envolvida” com milhares de outros usuários e que, por 641 deles, está
apaixonada. O sujeito começa a observar as pessoas ao redor, todas falando
sozinhas e rindo, todas com um dispositivo auricular, vivendo seus romances virtuais.
Isso vai um pouco além, mas não é tão diferente do que se vê hoje. Eu vejo com
um misto de desprezo e curiosidade todas essas pessoas fuçando o tempo todo nos
seus celulares, tablets e sei lá mais o que. É doido. Estamos vivendo um
momento muito estranho. No início me dava ao trabalho de contar quantas
pessoas, no trem, ficavam futricando nos seus aparelhinhos, depois deixei de
lado pois se tornou corriqueiro. Isso deve ter alguma coisa a ver com evolução,
é só o que consigo pensar. A gente vai acabar numa Matrix mesmo, não vai?
Pensar nisso angustia, mas não dá pra deixar de fazê-lo. Filmes como “Her”
talvez sejam visionários, talvez estejam apenas antecipando um negócio que logo
chegará.
Foda!
Tenho baixado muitas músicas, muitos filmes e muitos
quadrinhos. Os filmes e quadrinhos vou guardando para dias vindouros, mas as
músicas baixo e já ouço. A música brasileira deve ser mesmo a mais foda do mundo.
Porra, como tem coisa! Aproveitei que minha internet agora é boa e fui ouvindo
todos aqueles nomes que eu conhecia de “ouvir falar”. Alguns são sensacionais,
outros nem tanto e outros ainda bem fraquinhos mesmo. Tá cheio de neguinho
conceituado na nossa MPB que não passa de um belo embuste: a musicalidade é
legal, mas o discurso é uma merda. Não adianta, se o cara não tem inteligência,
leituras e/ou vivências, não tem o que dizer. Mas claro, música é uma coisa tão
difícil de categorizar que até alguns textos vazios se tornam agradáveis de ser
ouvidos.
Dentre os muitos artistas que conheci mais a fundo, o que
mais gostei foi o Luiz Tatit. É um professor de Linguística da USP que foi um
dos criadores do Grupo Rumo, lá por meados da década de 70. Esse Rumo, junto
com Itamar Assumpção, Arrigo Barnabé, Premeditando o Breque e outros, fez parte
do que ficou conhecida como a Vanguarda Paulista. Ou seja, um cara com uma longa história e o
desinformado aqui só foi conhecê-lo agora. Bom, isso não é de todo verdade. Há
alguns anos (uns dez, eu acho), uma cantora aqui de Porto Alegre – a Adriana
Deffenti – gravou a música “Capitu”, uma composição do Tatit. Eu ouvi e achei
sensacional, mas não fui além daquilo. Não lembro o que me levou, recentemente, a
buscar o cara na internet. O fato é que gostei muito. Aí fui catando tudo o que
achava do artista: músicas, entrevistas, referências literárias (ele escreve
sobre música), parcerias, etc. No encarte do CD "Com Defeito de Fabricação", obra genialíssima do Tom Zé, tá lá escrito: "dedicado a Luiz Tatit, por sua música". Acha que isso é pouca coisa, meu amigo?
Tipo sensacional esse Luiz Tatit. Vozinha calma, barbudo,
cabeludo, óculos... Eu penso num Chico Buarque mais lúdico, mas também mais
professoral. Letras muito bem elaboradas, uma musicalidade... como dizer? Fora
do convencional? Acho que sim. O jeito de cantar é quase que uma fala, coloquial.
E no entanto tem momentos que são verdadeiros achados melódicos. Aliás, esse
negócio da fala – das alternâncias e ênfases da fala – é (se eu entendi bem a
história) um objeto de estudo do Tatit. Esta entrevista é longa, mas vale a
pena ser assistida do início ao fim, pois é uma verdadeira aula sobre origens
da música brasileira, entre outras coisas.
Fiz abaixo uma seleção de algumas das músicas que mais gosto
do simpático (queria ter colocado mais duas: Final Feliz e Quase, mas não achei vídeos dessas).
Fiz este desenho/montagem aí de cima pra capa de uma revista que diagramei e bolei projeto gráfico. Tinha ficado legalzinho (o projeto gráfico) até a assessoria de imprensa do cliente transformar minha ideia num Frankenstein. Buenas, ossos do ofício. A revista entrou em gráfica hoje e finalmente posso respirar um pouco. Até eu organizar as coisas, fica esse passo a passo da imagem, as etapas de esboço, Corel, Photoshop e Photoshop de novo. Achei a ideia muito boa, modéstia à parte. O tema da revista é "negócios ambientais", então pensei numa figura que sintetizasse isso. Gosto mais da coisa limpa (passo 3) do que da montagem final (passo 4), mas foda-se o que eu gosto, o lance é ganhar uns pilas pra poder me dedicar aos projetos pessoais.
Para ver os livros do meu acervo na Estante Virtual, dê um clique na imagem.
Bem aparelhado
As boas estórias...
- Uau! No meu tempo ela não era assim. - Nem no meu. Dá vontade de ser o Lobo Mau, hein? - Cara, essa aí não tem Lobo Mau. - Não?!!! - Não. Lobo Mau é na Chapeuzinho Vermelho. - Hum... E quem come essa daí? - Ninguém. Ela é que come uma maçã envenenada. - É? - É. A maçã que a Bruxa Malvada dá a ela. - Ah... e... essa bruxa... não é lésbica? - Claro que não, cara. Isto é um conto de fadas. - Não tem homem nesta história? - Tem. Tem sete, bem pequenininhos. Os sete anões. - Ah, então tá feito. Anão é tudo tarado. Li sobre isso uma vez. - Cara... estes não são. - E ninguém come ela? - Tem um príncipe que casa com ela no final. - E come? - Porra, cara... deve comer, afinal eles viveram felizes para sempre. - Bah! Então é ceeerto que ele come.