sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Um absurdo no teatro

Voltei com o blog, mas foi como se não tivesse voltado. Um mês sem postar nada. Tô sem tempo e sem ter o que dizer. Além disso tô cuidando o apê de um amigo (onde eu morava antes). Aí tô sem computador (o que é irônico, pq tem internet lá). No trabalho não dá pra fazer nada.

Ontem fui ao teatro. O São Pedro... te mete! Uma peça de Beckett, dirigida por um cara chamado Bob Wilson (renomado, me falaram). Duração: 1 hora e 40 minutos. Aguentei 1 hora. Não que fosse ruim, nada disso. Beckett é muito interessante, já li um livro dele - Fim de Partida - e tentei ler alguns outros (O Inominável, Malone Morre, Pioravante Marche), mas não é pra qualquer um. O cara é considerado um dos maiores nomes do teatro do absurdo, e embora isso diga muito pouco sobre Beckett, diz o suficiente para entender por que não consigo gostar mais dele. Não é o meu tipo de literatura.

Buenas, abandonei a peça. Eu iria até o fim se estivesse assistindo o espetáculo em melhores condições, mas a verdade é que estava pessimamente acomodado. Foi a primeira (e provavelmente a última) peça de teatro que vi de cima. Meio estúpido isso. Tem lugares no teatro que simplesmente não possibilitam uma visão do palco. Por que eles permitem que isso aconteça? Aposto que a dona Eva Sopher nunca deu uma subida até o último andar. Mas tudo bem, apesar de os adornos do teto do teatro e o lustre gigantesco (tão próximos, dado o assento que me coube) disputarem (com algum sucesso, devo admitir) a atenção com a peça, eu podia ter encarado. Mas o texto era em francês, praticamente um monólogo ("... Adriana Asti, estrela de diretores como Visconti, Pasolini, Bertolucci, Vittorio de Sicca e Luis Buñuel..."). Essa moça falava e apareciam legendas na parte superior do palco traduzindo o que ela dizia. Bem, se você já leu Beckett, sabe que não é moleza entender a coisa numa primeira passada de olhos. Eu pelo menos lia e relia vários trechos para ver se entendia (e não estou dizendo que consegui), mas no teatro não tem como "reler". Perdeu a legenda, perdeu a fala. E isso também é chato porque quando se fica atento à legenda, se perde a interpretação da atriz, e vice-versa.

Bom, é isso. Peça de Beckett. Diretor renomado. Atriz famosa... e o bruto aqui abandonou a peça. Não entendo Beckett muito bem, não entendo francês, não estava entendendo o porquê de ficar lá (isso que ao meu lado tinha uma guriazinha muito linda, com sotaque de Portugal, que trocou dois ou três olhares simpáticos). Identifiquei o Luis Fernando Veríssimo na platéia, lá embaixo (beeeeem melhor posicionado do que eu - o que talvez seja justo...). Quase gritei pra ele: ei, Verissimo, muito legal da tua parte não aderir a esta história de Twitter. Mas achei que não seria de bom tom. Vocês acreditam que até o Arnaldo Batista tem Twitter? O Arnaldo Batista, caralho!!! Buenas... Mutatis Mutandis.

Tá... ãhn... vou postar mais seguido.