sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

Obrigado por tudo, Nico!

E agora há pouco saí da minha voluntária alienação do mundo, fui dar uma olhada nas notícias. Tava mesmo era procurando alguma explicação pra este calor infernal e querendo saber se a greve dos ônibus se resolve. O calor, que eu já tava achando que era resultado da degradação do ambiente e que, ceeeeerto, era o início do fim do mundo, na verdade já aconteceu na mesma intensidade há 98 anos (segundo documentos de algum instituto de meteorologia, provavelmente - um menino de 10 anos nesse fatídico verão de 1916 seria hoje um inverossímil velhinho com 108, será que ia lembrar do sufoco depois de tanto tempo?).
Vejam isso: http://gaucha.clicrbs.com.br/rs/noticia-aberta/sensacao-de-calor-ultrapassa-os-50c-em-porto-alegre-confira-projecoes-74786.html
Sensação térmica de mais de 50ºC!!!! Então era por isso que ontem, quando eu fui a pé pro Centro (não tem ônibus, lembrem-se), achei que ia morrer. Pior que isso só mesmo o inverno que vem depois... Forno Alegre, Frio Grande do Sul... sinta na pele como é bom viver aqui!
Mas as notícias que acabei lendo foram outras. Porra, morreu há uns dias o Seymour Hoffman, heroína. Gostava desse cara. E hoje, agora há pouco, morreu o Nico Nicolaiewsky (leucemia). Enquanto escrevo isso, estou ouvindo o disco "Onde Está o Amor", trabalho solo do "maestro Pletskaya". É tão bonito, honesto, sem afetação. Quando eu fazia natação no Israelita, lá no Bom Fim, de vez em quando cruzava com Nicolaiewsky pelo vestiário. Morria de vontade de cumprimentá-lo pelas coisas legais que fazia, mas ficava com vergonha. Deveria ter feito. Reconhecimento é o mínimo que artistas - na melhor acepção da palavra - como o maestro merecem. Ouçam as músicas do disco e julguem por si mesmos.


E assim acabam as eternas apresentações de verão do Tangos & Tragédias.
Talvez eu não esteja errado, afinal de contas... talvez o mundo esteja mesmo acabando. O mundo tal qual eu conheço... Um mundo não muito grande, mas bonito muitas vezes.
Fica um outro vídeo, do Nico com o Gessinger (que é um cara de quem não gosto muito, mas a música é tri bonita e parece tão apropriada pra este clima - todos os climas - do momento).


A volta do que não foi...


Olá, camaradas. Pois é... voltei. Sete meses depois de ter dito que não ia mais perder tempo com blogs. Sete meses em que aconteceram muitas coisas. Algumas boas, outras bem desagradáveis. Escrevi um texto gigante pra colocar aqui (12.967 caracteres), mas depois de ler, reler, treler e mexer mil vezes no “maledeto”, desisti. Tenho umas pretensões grandes demais pro meu pouco estofo. Começo a escrever e vou tentando explicar o mundo, ou desenhá-lo como ele deveria ser, mas isso é muito foda... cada coisa que a gente diz tem uma ramificação, se desdobra em duas ou em várias outras. Aí o negócio vai virando um emaranhado do qual é difícil se desvencilhar. A gente não sai impune de nada e é preciso aceitar essa falibilidade. Putz... já tô tentando explicar como as coisas funcionam. Não me deem bola, eu sou um embuste (assumido, mas isso não redime embusteiro algum). Vou continuar falando mal das coisas que sempre falei (ou seja, de quase tudo), mas vou tentar fazer de maneira mais bem humorada. E é isso que se pode tirar daqui: sou um cara “cleaver”, de vez em quando apareço com uns achados bem bons, modéstia à parte. Minha retórica de bronco, de derrotista, de furibundo com o mundo e de pseudo-intelectual perplexo tem lá seus momentos aproveitáveis, risíveis no bom sentido. E vou escrever minhas ideias sem ficar me precavendo contra o risco (bastante grande) de algumas delas não valerem um saco de batatas podres. Isso aqui é um exercício, uma profilaxia mental e um dos usos que achei para os R$ 110,00 de internet que vou gastar todo mês (resquícios da minha infância pobre: se estou pagando, TENHO que usar).

Então é isso. Tamo aí de novo. É nóis, brô. Vamos ver o que que sai.