quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

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Cara... têm acontecido coisas sinistras à minha volta. Lembra que te falei que um carro pegou fogo quase do meu lado? Pois é... naquele dia voltei pra casa vendo um monte de peixes mortos na beira do mar e depois mais três gaivotas, mortas também. Quando tô chegando em casa, uma caixa cheia de filhotes de cachorro. Todos com muita sarna e um deles, fora da caixa, já com uma baita cicatriz no lado do corpo. Fiquei morrendo de pena, mas não fiz nada... deixei lá, no canto da rua (já chega os quatro de sempre, que mal me veem saem correndo e pulam e me lambem e me arranham - eu digo (como se eles entendessem): passa, cachorrada, desta vez não tem nada!).
E hoje, indo pro centro de bike, não é que acontecem TRÊS acidentes envolvendo bicicletas? Dois comigo. Uso uma bike velha, sem freio. Aí tô indo pelo calçadão aqui da praia. Entre um trecho e outro, tem umas rampas de acesso, estreitas. Vem um gurizão em sentido contrário. Fomos desviar um do outro e saímos os dois pro mesmo lado. Bah, eu vinha com velocidade da descida da rampa, me estarrachei no chão. Fodi meus joelhos e deixei a bicicleta, que já era meio desengonçada, virada num ferro velho. O guri - que deve ter uns 14 ou 15 anos - foi gente boa, perguntou se eu tava bem. Ele saiu ileso pelo jeito. Perguntei: tu também tá sem freios? Ele disse: é, os caras roubam os freios. E mostrou a bike, bem nova até, só que sem freios. Buenas, segui adiante. Duas quadras além, uma cena tétrica: uma bike toda detonada no meio do asfalto ao lado de um lençol branco cobrindo um volume grande. Perto um carro duma empresa de segurança com o parabrisa afundado e estilhaçado. Não fiquei olhando muito. Me dei por feliz que meu acidente rendeu apenas umas escoriações leves. Antes de ir embora ainda pude ver entre os curiosos a guria de que te falei, a negra. Estava ainda mais interessante.
O terceiro acidente aconteceu quando eu já estava voltando pra casa. Vinha pedalando pela via das bicicletas, no outro calçadão aqui da cidade. Só que com trombada de antes, minha bike ficou puxando pra um lado. Teve uma hora que convergi pra esquerda bem na hora em que vinha uma outra bike. Eu não tinha como saber. Era uma guria. Ela se desequilibrou um pouco e foi andando colada no meio fio. Pensei "bom, é só ela frear e tudo se resolve". Só que ela não freou. Continuou indo rente ao meio fio até que perdeu totalmente o equilíbrio e caiu. O foda que ela deu de cara com uma placa de madeira plantada no canteiro. Eu parei a minha bike e fui ajudá-la. Todo atrapalhado, cheguei pisando na bicicleta da guria e quase caí um tombo também. Perguntei se ela tava legal. Ela disse que sim, mas não parecia muito convicta. Não sabia se ela tava braba comigo, por isso falei: desculpa, mas eu não tinha como saber que tinha alguém atrás de mim. Tentei ser gentil (inda mais que era uma gostosa), mas ela simplesmente pegou a bicicleta e saiu o mais rápido que pode.
Aí voltei pra casa, parando a cada 20 metros pra chutar o pneu dianteiro que ficou torto depois do acidente e insistia em roçar no garfo da bike.
Ah, teve um galo gigante que vi morto também. Num ninho de macumba. Não gosto dessas coisas.

2 comentários:

Helena Rodrigues disse...

Olá, Telmo.
É impressão minha ou vc gosta de viver perigosamente? ;)

Beijos!

Telmo disse...

Querida Helena, só agora vi este teu comentário.
Na verdade sou apenas relapso, Helena. Não tenho o charme das pessoas radicais que correm riscos deliberadamente.
Bjs.